domingo, 9 de maio de 2010

A Menina das Curvas Imaginárias

Andava alegre pela cidade, aos saltinhos, vez por outra distraía-se, com era comum, ocupando-se em saltar as listras negras da calçada ou com uma ou outra pessoa que passava por ela. Vez por outra passava diante de uma superfície refletora e distraía-se também a olhar-se. Parava. Olhava-se apenas por um instante, se virava e recomeçava sua caminhada – por vezes nem sequer parava.

Achava curioso as diferenças existentes entre as pessoas, altas, baixas, magras, gordas, irritadas, massificadas, alegres, carecas, bonitas etc. As diferenças eram inumeráveis. Mas algo em especial chamava sua atenção: as curvas. As meninas, em sua maioria, possuíam curvas e davam muito valor a elas, e não só elas; os rapazes também se interessavam muito mais pelas meninas que tinham curvas.

Eram sempre as mais bonitas, as mais cobiçadas: o padrão de beleza. Todos às queriam. Ela, por sua vez, não era uma dessas... Mas não queria se “incluir fora” dessa, não queria ficar à margem, queria pertencer ao padrão, se encaixar, de tal modo que criava suas próprias curvas, imaginava-as para si. E, como acreditava que as tinha, assim era. Vivia, então, feliz, por adequar-se ao padrão.

...

Ei, espere aí! Essa não era ela. Essa era, talvez, como alguns a viam. Mas a menina não precisava dessas curvas, nunca precisou. Lhe eram absolutamente contingentes. Tê-las era como regar uma alga marinha. Ela era mais que essas curvas, mais que aparência. Que importavam a ela essas curvas? Não afetariam em nada o seu ser. Isso não faria dela quem ela é. Que importava sua imagem, sua epiderme? Ela sabia quem era e como era, não precisava que ditassem as regras: regras de comportamento, vestimenta, aparência, moral, bem e mal.

A menina das curvas imaginárias nem se quer um dia, imaginara-se com curvas.

8 comentários:

Ulynhazinha disse...

Tenho a impressão de já ter lido esse texto, de repente o fiz, naum lembro!

Mas ameei demais, ele diz tudo ...
''A menina das curvas imaginárias nem se quer um dia, imaginara-se com curvas.''
E pra que o faria ??

BOM DEMAIS!

Anônimo disse...

Olha Rafael, muito bom ler isso. De verdade!

Por vício,e por necessidade,escrevo. disse...

Já li esse texto!
Acho,desde sempre, que você escreve super bem. Que tal aceitar isso e nunca mais parar de escrever!?
Sorte minha ser cehia de curvas,né!?..rs
obs:você se olha no espelho quando escreve,já reparou isso!? (subliminar)

^^

Rafael Shimoda disse...

Ulynhazinha e Canella, vcs já leram esse texto pq eu já o mandei pra vcs pelo msn ;p

E que bom q vcs gostaram!! ^^

Canella, deixa o subliminar em subliminar, ok??? srsrsrs

Rafael Shimoda disse...

Canella, sorte sua não me conhecer desde sempre ou vc teria certeza do contrário!! hahahha

E quanto a não parar de escrever, não depende de mim, mas dos textos. saca?? ;)

((É, é muita sorte sua ser TÃO cheia de curvas!))

Thaís Leicam disse...

"Ela era mais que essas curvas, mais que aparência"

Gostei bastante desse texto
Continue escrevendo que eu continuo lendo hehe

Desvairado disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rafael Shimoda disse...

hehehe

Pó dexá!

;)