segunda-feira, 27 de julho de 2009

O apaixonado

Ele não entendia como acontecia. Poderia um ato, um pensamento, uma possibilidade de ato ou pensamento acabar com um sentimento? Um sentimento forte! Arrebatador!, e... inexistente... Em apenas um momento pode acabar todo um sentimento? Ele não acabou; metamorfoseou-se! O que era antes, ele não sabia. Poderia ser uma paixão, um amor... Certamente seria, se ele assim permitisse. Mas não o fez. Com razão? Tornou-se agora impossível saber. Transformou-se em um vazio no estômago e um aperto frio e dolorido no peito. Às vezes o que sentia era... nada.
Queria entender como isso aconteceu, queria saber como podia dominar assim seus sentimentos, queria poder fazê-lo quando bem entendesse, mas não podia. Porque bem sabia que esse domínio não existia. Não para ele. Ele não dominava seus sentimentos, não podia dominá-los. Acabou com um sentimento, extinguiu-o de um dia para o outro? Jamais! Sabia que só havia se protegido, protegeu-se contra o sofrimento e sabia também que nada havia feito, ele nunca controlou um décimo do que idealizava controlar, o controle esteve com os sentimentos desde o início, um apenas sobrepôs-se a outro.
Ficou feliz em perceber isso, pois percebendo, sentiu-se, uma vez mais, vivo! Sabia-se amando. Sabia ser impotente contra esse sentimento. Foi escolha sua: ele quis sentir! E sabia que, querendo, sentiria. Pois aquela não era uma pessoa qualquer. Não sabia como funcionava para as outras pessoas, mas para ele... para ele, ela era tudo o que se poderia esperar. Sabia não ser real, sabia que era cegado pelos sentimentos, sabia que era uma menina como outras, mas sabia não poder lutar contra isso.
Perguntava-se se era o único a perguntar-se...

8 comentários:

Unknown disse...

Que bonito. Tinha que ser um filósofo. :D

Rosane disse...

Tá apaixonadinho?? Mas ainda nem é prof hahahha
Acho q vale Spinoza aqui, a gente tem q aprender a não deixar os afetos passivos nos afetarem de maneira tão arrebatadora...

Rafael Shimoda disse...

É... Spinoza só não falou o quão difícil é fazer isso...

E te respondendo: Nâo. Não estou apaixonadinho ¬¬

Rosane disse...

haiuahiuah

Mas ele nunca disse que seria fácil. Depende de todo um processo! Vale a pena reparar mais no quão nós não conseguimos nos conhecer nem nos dominar, como mtos pensam ser possivel, mas é bom tb tentar fazer uma força a mais pra entender melhor os sentimentos

Tamyres disse...

Oie!!!
Viu como eu vejo o blog..
Rs..
Dispensa comentários!!!
Hahuahauahaua!!!

Só pra te dar Bjinho mesmo..

Ah.. acessa lá...
http://altarparticular.blogspot.com

Te Amo, Fofuxo!

Daniel Gaivota disse...

Ei, Rafael, gostei muito, de verdade!

Tipo, acho que vale o contrário do que a Rosane disse, principalmente pelo final do texto.
Não deixar os afetos passivos nos afetarem de maneira tão arrebatadora não funcionou pro cara do texto, só o que funcionou foi largar-se, deixar-se arrebatar, já que, mesmo que cego, mesmo que sendo tudo falso, não podia lutar contra aquilo.

E ficou feliz ao percebê-lo.





Spinoza não tá com nada nas cuecas.

Anônimo disse...

dominique diz: pow legal!vc usa as palavras muito bem...

Ulynhazinha disse...

Lindinho =) Fico até comivida com essas coisa sentimentais, o fato é que se apaixonar é se permitir realmente apaixonar, falou tudo aquii!