segunda-feira, 22 de junho de 2009

O covarde da Janela


Ele observava o tempo passar e pensava: “O tempo está passando e não estou vivendo”. Mas era só... Apenas pensava, não se permitia viver. Criava para si obstáculos inexistentes e esperava pelo tempo em que não mais existissem.

Ele viu sua infância, sua adolescência e sua juventude, sua maturidade e sua velhice. Observou toda a vida, mas não a viveu: esse é o preço de ser um espectador.

O que ele não entendia é como pôde fazer isso. Como pôde, conscientemente, observar sem viver? Vale a pena, por medo de morrer, não se viver?

6 comentários:

Rafael Shimoda disse...

Meio clichê, não?

Day disse...

É, Rafa, meio clichê mesmo...
Mesmo porque você está partindo da idéia de que "viver" é uma coisa diferente - e talvez oposta - a "observar".
(o que, cá entre nós, é costume se ouvir pelas esquinas da vida)
Assim...
Será que existe mesmo uma diferença tão simples e certa entre essas duas atitudes?
Será que a mera observação é possível na realidade se não for encarada como uma forma válida de viver?
Por fim, será que é possível algum tipo de consciência - a faculdade que nos torna propriamente humanos - caso não haja constantemente a observação da vida?

O que eu acho é que aquele que está o tempo todo observando a vida pela janela não é o covarde, e sim o corajoso!
Covarde é aquele que vai vivendo e nunca pára para observar os próprios atos.

Pense bem, ir vivendo qualquer um vai. Et même les poissons.

Rafael Shimoda disse...

Day, a pessoinha da janela parte do senso comum, difere o "viver" do "observar". É claro que observar é uma forma de se viver, e não há como viver sem observar a vida, mas esse observador faz essa diferença - ele crê no senso comum.

Ele se via como um observador, não como alguém que vivesse, mas esse osevador queria viver! Queria sair da janela, não o fazia por medo.
Estar à janela não foi uma escolha, foi a forma de "ir vivendo" à qual se adaptou...

E, assim como vc viu o observador como o corajoso, pode-se ver o que não para (reforma ortográfica) para olhar os próprios atos como o corajoso, o afirmador da vida. De forma q não importaria a validação ou aprovação de seus atos, nem por ele mesmo nem por outrem, ele afirma a vida, seus atos e segue vivendo. Tem a coragem de ser o que se é, não o que se deveria ser. (essa idéia ficou meio vaga...)

Bom, a idéia que eu quis passar é que ele não faz o que quer por medo. ;)

Anckizess disse...

Cliche sim...pronto falei!

dominique disse...

vc falou clichê?
achei que ficou perfeito muito bom mesmo...
na verdade qualquer coisa sobre a qual vc for falar é clichÊ o difícil é vc saber falar desses assuntos sem fazer uma pessoa dormir...e vc sabe...sou sua fã forever!

Rafael Shimoda disse...

É verdade, tudo é um clichê! Mas esse é um assunto extremamente batido!!

Q bom que vc acha q consigo falar dessas coisas sem fazer as pessoas dormirem, espero que meus alunos pensem com vc!! haha